quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

aos frescos ares que hão de ventar*

às vezes as coisas se tornam claras
como as tardes de antes
serenas dos outonos
quando caminhava nos trilhos
com o vento de frente
sem pensar que era tarde
para ser o que quisera ser

distante, o horizonte
se apresenta pleno
as nuvens se amontoam
e o sol se esconde
e lá, na linha infinita
tudo é tranquilo
sem pesares
meus sonhos flutuam

embalo na dança
dos capins crescidos
cardume em terra seca
vontades destemidas
de ultrapassar
os territórios

teu nome ainda intocado
o beijo ainda não roubado
e o tempo inclinado
para o oeste
e para sempre

de Rodrigo Cupelli


*o título do post não é o título do poema

2 comentários:

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

gostei do blog...
bakana!

www.canetapreta.com