sábado, 19 de maio de 2007

Por não estarem distraídos


leia o texto aqui!

***
Porque Clarice, nestas horas, é sempre a melhor solução, saída, conforto, enfim. E sinto uma nostalgia do que não vivi. E uma nostalgia falsa do que gostaria realmente de sentir. Sinto uma falta de ar do ar que sinto não faltar em mim. Mas a falta que sinto do mundo e das coisas que não existem, mas que me faltam sem eu mesma saber o que é. Sinto uma árvore em mim. Sinto que a loucura que dizem estar, apenas é de uma forma absurda que os loucos, e somente eles, sabem que não é. A árvore absurda que nasce da nostalgia de um passado reencarnado ausente. Sinto e sento na angústia do que não é ser. Talvez seja, para os outros. Ou o que é pior. Seja para mim e jamais para os outros. Queria que o gosto não fosse só meu. Que soubessem o que é ser. O que é ser absurdo. O que é ser o que não é. O que jamais será. Muito às vezes, e tão pouco sempre, sinto que não posso pensar que sou, sendo que não sende (ou é). Porque se não sou, e se o mundo que faço não é na cabeça dos outros nunca, e será sempre na minha, e somente nela, posso inventar o que quiser e será. Porque é uma verdade que não preciso provar. Uma verdade que sinto e penso ela justamente por sentir. Para depois sentir, e sentir de novo, uma nostalgia franca do que acabo por perceber que existe. Porque o mundo que falo é meu. Sou dona porque sou única. A nostalgia do que sinto nem eu mesma ainda criei o passado sentido, mas como o mundo é meu e não devo satisfações nem para a formiga que passa e não existe no meu mundo, acabando por inventar uma fala mentirosa, mesmo o não existir se torna tão verdadeiro como se tivesse existido. E o não sendo não sende porque eu o quis assim. Porque esta repetição do é, deste presente e coisa batida e amassada que não volta, apenas se torna passado no foi, mas foi. E um dia foi é. Mas a repetição desagrada. A repetição, só aceito do sentir, porque sentir é mais bonito que é, porque pode até mesmo não existir. E digo que. Que. Pela falta de estrutura lingüística que me cobram constantemente. E que - que - no meu mundo não existe. E jamais sentirei nostalgia destas coisas chatas e depressivas que são as cobranças. Cobranças para algo que jamais nem existe no meu mundo e, portanto, nem sei o que é, porque não vivo aqui.

10 comentários:

Insolúvel. disse...

(Meu, fiquei eufórica quando vc começou a falar da Clarice!)
Nossa que foda! Vc cria o seu mundo, Fabi! Mas escuta, essa "nostalgia do que não vivi", não causa angústia? A mim causa, porque parece que me falta alguma coisa, que é impossível de se ter por acaso ou por acidente, é algo que vc deve encontrar, pior: encontrar em si mesmo. E as coisas me assustam quando só dependem de mim..As também chamadas cobranças que eu ainda não consegui excluir do meu mundo..
Achei demais esse seu texto!
Beijos!

Anônimo disse...

oUN
pra nao perder o costume neh amiga...
^^
olha eu li... li e nao entendi ^^
mas no meio dessa confusao toda, ali eu me vi =D

;*

rima de 4 serie ^^
auahiuahiau

;****


TA

Luísa T disse...

"E sinto uma nostalgia do que não vivi. E uma nostalgia falsa do que gostaria realmente de sentir. Sinto uma falta de ar do ar que sinto não faltar em mim. Mas a falta que sinto do mundo e das coisas que não existem, mas que me faltam sem eu mesma saber o que é."

Fascinante esse trecho, me sinto assim quase sempre... Muito bom o texto todo... bjs

Anônimo disse...

Não entendi... Aliás, textos não foram feitos pra entender...

E eu acho que quebrei o pescoço...

R. B. Dillinger disse...

Poxa, pode demorar a passar, mas tem que passar por lá ok?? hehehehehe

Ainda te "vejo" também!

;)

bjo!

Anônimo disse...

Vamo botá ordem nisso aquê, vamo?

lisspow disse...

peraí que meu cérebro deu um nó.
ok.
"sinto uma falta do ar que sinto não faltar em mim" simplesmente arrebentou a boca do balão, fabi. mais foda do que nunca como sempre. casa comigo?

lisspow disse...

ah, p.s., te convidei pra um negocinho no meu blog, olha lá ;)
:*

Carlos Leite disse...

Pior que até hoje eu não sei o nome daquele professor... =P

Jana disse...

Porque Clarice tem dom de falar por nós...

beijos