Relatos de um bicho do estômago

Que falta do mundo. Ele realmente sentia que o azul não era o mesmo que ela via. Ele via que o sorvete era tão gelado para ela e que o inverno era tão morno para ele. Um dia ele apenas desejou um dia que o dia fosse mais dia do que todos os outros dias. Ela lembrou que dois mais dois era quatro e que nada mudaria isso, enquanto ele queria que sua repetição de atos fosse notada. Ela falou que por mais que ele repetisse os atos, eles seriam os mesmos, como a pura lógica do mundo. Ele olhou para ela e a surpreendeu com a explicação de que nada tem lógica e que nunca acontecerão duas coisas do mesmo jeito no real. Ela exclamou para ele analisar direito os fatos decorrentes e substituir uma verdade filosófica por algo matemático, igual toda vez. Ele implorou para ela compreender que as noites eram especiais. Para ela, só restou se despedir e obviar que eles eram muito diferentes. Ele só se sentiu só numa solitária que não era mais mundo. Não para ele, pobre solitária solitário.